A Amazon Go é o novo conceito do futuro do comércio de bairro. Basta pegar um produto e sair com ele da loja. Não é preciso passar pela caixa.
Para poder comprar na loja, localizada em Seattle, é preciso baixar um aplicativo que já está disponível para os usuários tanto do Android como do iPhone nos Estados Unidos. Esse é o único requisito, além de ter uma conta da Amazon.
Um dos objetivos da empresa é dar maior privacidade às compras. O cliente não precisa mostrar a um humano o que adquiriu, mas esse fator é relativo, já que seu sistema de gestão de dados sabe exatamente o que foi comprado.
A sensação que gera essa experiência de compra é estranha. A ausência de um atendente, de uma fila para pagar ou de uma caixa registradora gera inquietação depois pegar um produto e sair com ele. Não é nem grátis nem se trata de um furto; a tecnologia reconhece o consumidor e efetua a cobrança.
A Amazon criou esse formato de loja como um experimento interno. Cada cliente tem um código QR que escaneia ao entrar. Depois, um sistema de câmeras e sensores de peso nas prateleiras reconhece o que o consumidor pegou.
Nem é necessário usar uma cesta para fazer as compras. Segundo a Amazon, o sistema de acompanhamento dos clientes é tão preciso que pode distinguir entre duas pessoas que se cruzem ou olhem o mesmo corredor. Afirmam que sabem quem pegou um iogurte natural e quem pegou um iogurte batido, e até mesmo quem pegou algo para olhar os ingredientes e colocou de volta onde estava. Por trás desse sistema existe um esforço notável de reconhecimento de objetos e machine learning. “Tudo para que os clientes não precisem fazer o esforço”, diz Dilip Kumar, vice-presidente de tecnologia da Amazon Go.
A loja se parece mais com um mercado gourmet do que com um supermercado de bairro. Possui uma pequena cozinha, que não está à vista, onde funcionários preparam pratos semiprontos ou sanduíches. Também, por questões legais, um atendente pergunta a idade e pede uma comprovação na seção de vinhos e cervejas. Há outro atendente, na entrada, para dar boas-vindas. São humanos, também, os encarregados de pôr os produtos nas estantes.
A Amazon estreou a versão interna em dezembro de 2016 e chega à cidade pouco mais de um ano depois, com um pequeno atraso em relação aos planos iniciais. Um dos pontos mais complexos foi a capacidade de diferenciar entre vários compradores. Nesse meio tempo, aprenderam os hábitos da compra física e receberam sugestões. Por exemplo, não põem o tempero nas saladas para evitar uma soma de calorias que o cliente talvez não deseje. São eles que o acrescentam ou não. Também oferecem versões menores de algumas comidas prontas e rotulam claramente os pratos vegetarianos.
Fonte: El País