Como será o futuro do trabalho no Brasil e no mundo? Diante de especialistas em inovação e investidores estrangeiros, a questão foi respondida pelo diretor de administração e finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, durante painel do 8° Congresso de Inovação da Indústria: “Não é possível falar em futuro do trabalho sem falar em empreendedorismo. Tem que empreender”, cravou o diretor antes de definir habilidades empreendedoras que farão a diferença no sucesso dos donos de negócios.
“É fundamental que as pessoas se conectem com as outras. Para que isso ocorra, é preciso ter duas habilidades: a humildade e a gratidão”.
Para Diogo, o trabalho do futuro também contará com pessoas comprometidas, perseverantes, dedicadas, com capacidade de decidir em qualquer área de atuação, bem como com quem se preocupa com a honestidade e credibilidade: “Ser uma pessoa confiável é absolutamente perene em qualquer cultura. Não terceirizar a própria felicidade é outra tendência para o futuro.”
Durante o painel sobre “O futuro do Ttabalho”, o diretor do Sebrae provocou reflexões sobre o impacto do presente nas próximas décadas. “As mudanças são uma certeza e a pergunta que faço é: o que cada um de nós, nas respectivas áreas de atuação, está fazendo hoje para que no futuros as próximas gerações saibam que nós existimos?, questionou.
A fala do diretor encerrou o debate com especialistas
do Brasil e do exterior, como o vice-presidente de engenharia da
Embraer, Mauro Kern, o diretor de operações do Senai, Gustavo Leal, o
presidente do conselho de administração da Klabin, Horácio Lafer Piva, a
especialista em inovação, fundadora e investidora da April Wordwide,
April Rinne (EUA) e o professor e pesquisador da Universidade de Oxford,
Daniel Susskind, do Reino Unido.
Lado humano e o trabalho sem fronteiras
De acordo com April Rinne, o futuro do trabalho no Brasil e no mundo sempre vai passar pelo lado humano: “A maioria dos trabalhos é de tecnologia, mas não dá para esquecer dos humanos. O trabalho é um sistema complexo de tecnologias e seres humanos, onde as questões vão incluir bem-estar e convivência”.
Autor do livro “O futuro das profissões: como a tecnologia transformará o trabalho dos especialistas”, Daniel Susskind destacou a transformação do mercado de trabalho por causa da tecnologia. Segundo o pesquisador, é possível que a tecnologia venha transformar a profissão até de especialistas, como médicos e arquitetos.
Um dos exemplos
que Susskind citou é o de um aplicativo que, por meio de uma câmera,
avalia pintas corporais e aponta de forma precisa se aquela marca pode
ser um câncer ou não. “O aplicativo não está copiando o diagnóstico
humano, mas sim pesquisando a partir de um banco de dados com centenas
de milhares de casos, e roda um algoritmo de padrões que nenhum médico
conseguiria fazer em toda sua vida”, explica. Para ele, “existe, então, o
risco de automação para profissões de colarinho branco. Quando é um
processo simples e fácil de explicar, isso pode ser automatizado”.
Desafios, inovação e internacionalização
O espaço do Sebrae no 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria recebeu duas iniciativas de aproximação entre pequenos negócios e as empresas âncoras Malwee e Schneider Eletric.
Dezoito startups tiveram a chance de apresentar soluções inovadoras para os desafios lançados pelas duas empresas. De acordo com o gerente de inovação do Sebrae, Célio Cabral, as ações representam uma grande oportunidade para as startups focadas em inovação e internacionalização: “As empresas selecionadas nos desafios estão recebendo uma aposta alta. Acreditamos nisso, já que queremos a inovação na prática”.
O desafio Malwee compõe o edital de inovação para a indústria e visa selecionar cinco startups de projetos digitais que ofereçam experiência de compra diferenciada ao consumidor e soluções inovadoras para a gestão do negócio. Já o desafio Schneider Eletric teve como foco incluir as pequenas e médias empresas na indústria 4.0.