Estoques do comércio varejista registraram, em janeiro, o melhor patamar em seis anos. É o que mostrou ontem a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ao anunciar o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec). O indicador subiu 2% entre dezembro do ano passado e janeiro desse ano, para 126,6 pontos, maior pontuação para meses de janeiro desde 2013. Foi a quinta alta consecutiva, e a segunda mais forte elevação desde março do ano passado (1,5%). Na mesma pesquisa, o indicador que mede avaliação de estoques atingiu 94,5 pontos, o maior desde janeiro de 2014 (98,2 pontos).
Os bons resultados da pesquisa foram influenciados por cenário de demanda mais fortalecida, com juros baixos, inflação sob controle e oferta melhor de crédito, afirmou Izis Ferreira, economista da CNC. Ela não descartou continuidade de trajetória ascendente da confiança do comércio varejista em 2020.
No levantamento, os três tópicos componentes do Icec apresentaram saldo positivo entre dezembro e janeiro. É o caso dos indicadores de condições atuais do empresário, com alta de 1,4% no período, para 108,2 pontos; expectativas, com expansão de 1,7%, para 162,1 pontos; e intenção de investimentos, com elevação de 2,5%, para 109,5 pontos.
Ao ser questionada sobre a razão de acreditar em continuidade do atual ambiente favorável na confiança do setor, a especialista citou como exemplo a evolução do tópico de expectativas, na pesquisa anunciada ontem. Ela comentou que especificamente esse indicador, em pontuação, se posiciona muito acima dos outros dois tópicos. Isso na prática significa que as expectativas operam em nível alto – o que acaba puxando para cima decisões de investimento, por parte do empresariado do setor.
A técnica minimizou, ainda, o fato de a entidade ter cortado projeção de alta das vendas do comércio varejista ampliado (inclui motocicletas e material de construção) de 4,3% para 4%. Ela comentou que foi mais um ajuste, tendo em vista a divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro de 2019 pelo IBGE nesta semana. No levantamento, as vendas do varejo ampliado caíram 0,5%, em novembro ante outubro do ano passado. “Tudo indica que a pesquisa [de confiança] deve continuar nessa zona
e que a confiança [do comércio] continuará crescendo”, afirmou.