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Qualifique-se: as competências aguardadas do profissional do varejo na era digital

Por Wilson Victorio Rodrigues
Advogado e Diretor Geral da FAC-SP

O varejo é um setor de extrema importância para a economia global. Segundo o estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira”, realizado pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) em 2019, o varejo brasileiro apresentou um desempenho significativamente superior ao da economia como um todo.

Desta vez, o crescimento do Varejo Restrito (que não inclui automóveis e materiais de construção) foi de 1,8%, contra 1,1% do PIB nacional. Movimentando R$ 1,4 trilhão, o Varejo Restrito equivale a 19,24% do PIB. O Varejo Ampliado, por sua vez, alcançou R$ 1,91 trilhão em 2019, com crescimento real de 3,9%, e representa 26,2% do PIB.

Para se ter uma ideia, a prestigiada revista “The Economist” aponta que a receita agregada das 250 maiores empresas globais do varejo foi de US$ 4,74 trilhões no ano de 2018.

Portanto, é evidente que essa enorme e crescente fatia da economia global que é ocupada pelo varejo reflete em um crescimento na oferta de emprego no setor. No Brasil, por exemplo, o IBGE (em sua Pesquisa Anual de Comércio – PAC) revelou que o setor do comércio teve um crescimento de 19,7% na década compreendida entre 2009-2018, representando um total de 11 milhões de emprego formais. A indústria varejista, nesse mesmo período, apresentou uma alta de 22,4% no total de trabalhadores.

Diante dessa cristalina importância do varejo/comércio para a economia global, é cada vez mais importante que as pessoas que desejam atuar nesse setor (ou até mesmo que já atuam) tenham gabarito suficiente para trilhar uma carreira exitosa.

Não se trata de uma tarefa fácil, pois o mundo caminha em um ritmo extremamente dinâmico de transformações e, mais do que nunca, é essencial que os profissionais dominem a tecnologia e se insiram no campo da inovação digital (cumpre observar, nesse contexto, que o faturamento do comércio eletrônico brasileiro no segundo trimestre de 2020 mais que dobrou em relação ao ano passado, segundo a empresa de inteligência de mercado Neotrust/Compre&Confie).

Na qualificação dos profissionais do comércio/varejo, é essencial o desenvolvimento de soft skills (habilidades comportamentais) e também das hard skills (habilidades técnicas). A primeira, tudo tem a ver com o ambiente de trabalho no comércio: para que uma equipe de vendas tenha sucesso, é preciso, antes de mais nada, que se tenha um espírito engajado dos vendedores para mostrar ao consumidor o valor de um produto, e não o seu preço (de forma bastante resumida, preço é o que se paga por um produto ou serviço, enquanto que valor é o benefício proporcionado e notado pelo consumidor).

Assim, para que um time comercial tenha êxito ao vender produtos ou serviços, é necessário que os profissionais estejam engajados, motivados e dispostos a não desanimar. Venda é emoção! Um time sem motivação e engajamento não vende. Além disso, é necessário que o time comercial tenha coesão, absorvendo o espírito colaborativo de trabalho em equipe.

Todas essas habilidades são de natureza comportamental, as chamadas soft skills, importantíssimas para uma satisfatória performance comercial.

No campo das hard skills (habilidades técnicas), são muitas as habilidades aguardadas de um profissional do varejo. Antes de mais nada, é necessário que o profissional saiba se comunicar, afinal, quem se comunica mal tem grandes chances de tornar um colaborador ineficiente.

É importante destacar: o retrabalho é, na maioria das vezes, causado por falhas de comunicação dentro de uma organização. E retrabalho é perder tempo, perder receita, perder dinheiro. Por isso, é essencial o domínio correto da linguagem verbal e escrita. 

No campo da gestão, é importante lembrar que, em 2015, por meio da pesquisa de Demografia das Empresas o IBGE apresentou que 60% das empresas com pouco mais de 5 anos fecham suas portas.

Segundo o Instituto, das 733,6 mil empresas abertas em 2010, somente 277,2 mil (37,8% do total) sobreviveram até 2015. Tal fato se deve, em grande parte, à falta de domínio técnico dos empreendedores no campo da gestão: não basta que um empreendedor possua visão empreendedora e um bom produto ou serviço, é necessário que ele saiba desenvolver um competente business plan, e aplicá-lo na vida financeira da empresa com inteligência, preocupando-se com as questões contábeis e jurídicas.

Por fim, mas não menos importante, é fundamental que o empreendedor/profissional do varejo tenha noções claras de marketing digital e e-commerce. Vive-se uma verdadeira revolução digital e, conforme mencionado acima, as vendas eletrônicas aumentaram significativamente no Brasil. Tudo acontece na internet. É o fenômeno denominado “internet das coisas”, pois a ideia é que, cada vez mais, o mundo físico e o digital se tornem um só, através de dispositivos que se comuniquem com os outros, os data centers e suas nuvens.

Por óbvio, o consumo global está inserido nesse contexto e os profissionais do varejo precisam dominar esse universo digital.

A Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), mantida pela Associação Comercial de São Paulo, e que conta com a competente direção acadêmica do Prof. Dr. Roberto Macedo, sabe exatamente de todas essas habilidades indispensáveis ao desempenho exitoso de um profissional do varejo, desenvolvendo-as em sala de aula nos cinco cursos de graduação ofertados: Gestão Comercial, Gestão Logística, Gestão de Recursos Humanos, Sistemas para Internet e Administração.

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/qualifique-se-as-competencias-aguardadas-do-profissional-do-varejo-na-era-digital

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